Dia 02 - Insônia e delírio


Chegamos no domingo e eu resisti até às 19hs, quando acabei dormindo. Acordei às 2hs da manhã e adivinhem: não consegui mais dormir! E eu tentei, viu!

Me rendi, então, à insônia, jet leg, ou sei lá o pq disso ter acontecido, já que eu sou o tipo de pessoa que não tem dificuldade alguma em dormir mais de 12hs num dia. Quando mais em um dia em que não dormi na noite anterior.


Peguei meu livrinho querido do momento, presente da minha querida amiga Mari, e fui ler.


Eu adoro ler diversos tipos de livros, sobre assuntos diferentes e com abordagens diferentes. Mas é claro tenho algumas preferências. Quando um livro trata de histórias de amor impossíveis e é uma saga, já me ganha!

A trama de Delírio envolve uma sociedade em que o amor é tratado como doença. Só de pensar já tenho vontade de chorar. Imagina quando passo a conhecer 2 pessoas que vivem nessa sociedade e se amam! Sim, eu me envolvo com personagens como se fosse amiga deles.

Dormi de novo às 6 da manhã e depois que voltei do almoço com Leandro, agarrei no livro e só parei quando acabou. É muito difícil pra mim quando um livro que gosto muito acaba e é por isso que eu amo as sagas. Tem mais!

O segundo livro chama Pandemonium e eu preciso comprá-lo o mais rápido possível.

Dia 01 - Tudo novo de novo

Eu e Leandro chegamos ontem em Lisboa. Essa é a segunda temporada que passaremos na cidade esse ano. Chegamos aqui pela primeira vez no dia 1 de abril para passar 3 meses e agora ficaremos por mais 2 meses.

Me sinto menos empolgada, mas mais tranquila dessa vez. É muito confortável saber exatamente onde ficarei hospedada, quanto tempo leva até lá, quanto custa o taxi, onde podemos comprar comida e como será a imigração. Quer dizer, achar que sabe...

Assim que pisamos no aeroporto eu fui tranquila e serelepe pra fila da imigração. Da outra vez nossa "entrevista" não demorou mais que 2 minutos, pois foi feita apenas uma pergunta: quanto tempo ficarão? Respondemos, nossos passaportes foram carimbados e ouvimos um bom dia, em seguida.

Dessa vez, a primeira pergunta foi a mesma, mas seguida de outra: e o que vocês fazem da vida para virem passar 2 meses de férias em Portugal? Dei uma risadinha, que expunha justamente o contrário do ódio que eu já começava a sentir, e expliquei a situação. Ele começou a falar um monte, que o visto estava errado e quando tentávamos explicar, ele nos interrompia, utilizando diversas vezes a expressão "não interessa". Essa frase não é algo tão ofensivo aqui em Portugal quanto no Brasil, como já pude perceber quanto estivemos aqui antes. Mas acontece que eu sou brasileira, e vou encarar a tal expressão da mesma forma em qualquer lugar do mundo! O ódio só aumentava quando ele falou que "meu caso era pior" e me explicou tudo que eu já sabia, e que não me impedia de entrar no país.

No fim, ele simplesmente carimbou os 2 passaportes e nos desejou bom dia. Eu agradeci por todas as explicações enquanto, na verdade, eu queria socá-lo! A "otoridade" só queria demonstrar seu poder!

Viemos pra casa. Estamos hospedados no mesmo apartamento em que estivemos no semestre passado e eu realmente já me sinto em casa!

Pra começar


Há um tempinho, logo depois que tomei coragem pra abandonar a profissão que me fazia infeliz, estava entrevistando um menino português, de Lisboa, fofo de tudo, quando perguntamos pra ele: "O que você gosta de fazer? Tem algum hobby?", e ele respondeu: "Eu gosto imenso de..."

Não escutei mais nada, nem lembro do que ele gostava. Abri um sorriso (que fez com que ele tivesse certeza que tinha sido aprovado no processo seletivo) e nunca mais esqueci essa expressão.

Alguns meses depois, cá estou eu em terras lusas cheia de reflexões, informações e idéias sobre coisas de que gosto imenso. E eu preciso compartilhar. Nem que seja com o computador.

Então...