Porque fazer hoje se posso fazer amanhã

Eu, como ser humano que sou, tenho muitos defeitos. Uns incomodam a todos, outros só a mim, outros só a quem convive diariamente comigo (bjo, amorzinho). Tem os sempre presentes desde o nascimento e tem os que somem com o tempo. Dos defeitos é difícil fugir. Quem o fez está no céu. De qualquer forma, com a convivência a gente aprende (ou acha que aprende) a lidar com eles, de uma forma boa ou não, mas vai se esquivando e se virando. O que eu percebi há algum tempo é que o problema não são nossos defeitos, mas o apego que a gente tem a eles. Quando a gente sabe que aquilo não é legal, mas a gente gooosta daquela qualidade torta na nossa personalidade.

Eu sou uma procrastinadora. A frase aí do título guia a minha vida. Esse post mesmo está escrito há semanas e eu não posto. Ontem eu tinha me programado pra fazê-lo hoje e agora mesmo eu estou em casa, sem nada pra fazer (de urgente, já que eu também adio a faxina), e tô caçando coisa na internet pra assistir.

Isso não é de agora, que não tenho lá muitos compromissos na vida. Quando éramos crianças, o Lipe, meu irmão, chegava em casa com o dever de casa pronto. Ele recebia no final da aula, já fazia ali mesmo, antes de voltar pra casa. Eu chegava com o dever e ficava até o último minuto antes da hora de dormir com aquilo no colo, ou na cama, entre programas de TV, leituras que não tinham nada a ver com os exercícios da escola, e outras formas de enrolação.

Tenho esperança de me livrar desse probleminha, porque existem outros dos quais eu tenho me sentindo mais afastada depois que eu percebi que a chave é o desapego. Coisas que adorava e que  comecei a achar isso estranhíssimo. De vez em quando dou uma escorregada, volto a flertar com meu orgulho, intolerância, intransigência, mas como eu não gosto mais deles, rapidamente percebo quando estou dando ruim. 

Provavelmente a procrastinação é a coisa que mais me incomoda em mim mesma atualmente. Apego. Talvez seja medo de ser arrebatada. Não sei. 

Tudo isso é pra explicar porque esse blog vive sendo abandonado apesar do meu amor por ele, pela minha vida lisboeta, pelas viagens por aqui e pelo compartilhar. Mais uma vez venho aqui me comprometer comigo mesma a escrever sempre. Quero muito que o meu apego à procrastinação seja menor que o meu apego a esses escritos. Por hoje, desejo atendido. 

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